Na terça-feira, dia 17/09, festeja-se o 171º - como se lê? – (centésimo septuagésimo primeiro) aniversário de União-PI. Diga-se: da criação do município. Não da cidade. O nome que se deu foi de Vila – Vila da União. Dizem que este nome foi uma homenagem às forças legais (do governo), vindas de todas as partes, que se uniram (encontraram-se) no Estanhado para combater os rebeldes na Guerra dos Balaios. Isso no ano de 1839. Então, aqui, foi a Vila da União. Mas o nome não “pegou”. Os moradores da emancipada Vila gostavam mesmo era do nome Estanhado. Tanto é verdade que até, durante a primeira República, era o nome utilizado pelas pessoas. Ainda hoje há moradores da cidade que preferem o nome Estanhado a União. Acham-no mais pomposo. Eu sou um deles. O gentílico seria estanhadense. Vejam que pompa!

Na origem, pertencemos à Vila de Santo Antônio do Surubim, mais tarde Campo Maior. Não sou pesquisador, mas aposto que o Povoado Estanhado era mais populoso do que a Vila Mater. Por que faço esta afirmação? Por causa do rio Parnaíba, uma via importante por onde se escoava a riqueza da região: pó de carnaúba, coco babaçu, algodão, folha de jaborandi, entre outras. Imaginar o Povoado Estanhado no século XVIII não parece um fato estranho. Como saber se o padre Antônio Vieira, no século XVII, desceu de barco, passando por estas paragens, se não existissem moradores? As margens do rio Parnaíba sempre foram habitadas. Obviamente que os primeiros habitantes foram os indígenas que, com a chegada dos portugueses, foram cruelmente dizimados.

No mínimo, temos 400 anos de história. As medidas aleatórias com que se demarcavam as terras eram imprecisas, anotadas em nome de uma Freguesia. Inicialmente, sob os auspícios de Santo Antônio e, muito tempo depois, sob os de Nossa Senhora dos Remédios.

Mas o mais curioso mesmo é que a cidade de União e a cidade de Campo Maior são do mesmo dia e ano: 28 de dezembro de 1889. Antes eram apenas uma Vila.

No censo de 2022, a cidade de União ultrapassou a população de Campo Maior. Continuamos à frente na estimativa de 2024. Somos a oitava maior cidade do Piauí. E isso merece um brinde. Tim-tim!

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Lourival Lopes Silva, professor do IFPI - nas redes sociais.