Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) — Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE), em Bom Jesus — vem realizando um estudo, tendo como base um dos grãos mais conhecidos nacionalmente: o café. A pesquisa, intitulada como “Produção de Café no Cerrado Piauiense”, tem como objetivo investigar a possibilidade de produção do café conilon (ou robusta), considerando as condições de solo e clima da região nordestina, verificando, dessa forma, a adaptabilidade de clones de café conilon trazidos de outras regiões do Brasil.
Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), na década de 50, em decorrência de sua menor acidez e maior quantidade de sólidos solúveis, o café conilon passou a ser largamente utilizado pela indústria na fabricação dos cafés solúveis e em misturas com o café arábica.
Plano para transformar a região em polo produtor
O objetivo principal da pesquisa vai além da descoberta. O Prof. Fábio Luiz Zanatta, docente do curso de Engenharia Agronômica e coordenador a frente da pesquisa, destaca com entusiasmo sobre como tem sido o preparo dos estudos e os resultados até então obtidos.
“Conseguimos material genético da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Rondônia (Embrapa-RO) e do Incaper do Espírito Santo, implementando a testagem com 35 clones de café conilon, oriundos dessas instituições de pesquisa, de forma irrigada, na Fazenda Laranjeiras, situada no município de Currais–PI, Cerrado Piauiense. O projeto encontra-se em andamento, mas já foi possível realizar duas colheitas até o momento, sendo identificados 12 clones que apresentaram bom desenvolvimento vegetativo e bons resultados de produtividade, chegando a valores próximos a 100 sacas por hectare”, aponta.
O docente ainda revela os planos futuros para o projeto, afirmando que espera conseguir fazer da região um polo de produção de café conilon, diversificando a produção regional e trazendo impactos positivos para a economia e para a produção de café nacional.
Pesquisa utiliza o café conilon
No momento, a equipe é composta por professores e discentes do curso de Agronomia do Campus Professora Cinobelina Elvas, pesquisadores da Embrapa e do Incaper, buscando trabalhar na produção de novas mudas em prol da instalação do projeto em outros locais da região, como a Fazenda Escola de Alvorada do Gurguéia, agricultura familiar e comunidades agrícolas do Vale do Gurguéia.
Contribuição para a formação acadêmica e profissional
Discente do curso de Engenharia Agronômica de Bom Jesus, Gustavo Nunes
Para um dos membros da equipe, o discente do curso de Eng. Agronômica, Gustavo Nunes, a pesquisa vai além da descoberta, mas também contribui para sua formação como estudante e profissional.
“A pesquisa tem contribuído bastante na minha formação, já que consigo estudar na Universidade e aplicar na prática, além de conhecer e estudar uma cultura que não é comumente cultivada aqui no Piauí, especificamente no cerrado. A cada visita de campo experimental em que está instalada a cultura do café — principalmente o café conilon e agora na produção de mudas — é um aprendizado contínuo e vantajoso”, destaca.
O aluno também aponta que a pesquisa pode ser usada além da comunidade interna, mas também, pode colaborar com a sociedade. Com os dados alcançados, a população saberá como o café se comporta aqui na região e os principais fatores para instalação da cultura em uma área que a produção mudas seja cultivável.
Importância econômica e social do café no Brasil
O Incaper destaca em um livro sobre o café conilon, que desde a introdução do grão em 1727, a plantação se constituído em um dos produtos mais importantes no País, na geração de empregos, na produção de riquezas, na diversificação agrícola e na fixação do homem no campo. Embora atualmente outros produtos dividam a liderança e assumam também relevância no país, o café continua a exercer importância econômica e social fundamental, com a geração de número expressivo em empregos, renda e divisas.
Com quase 300 anos de história com o café, o Brasil é o maior produtor, exportador e segundo maior consumidor mundial de café, além de ser conhecido como o país de “muitos aromas e sabores”.
Confira o livro completo no link.
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