O Brasil agora faz parte do grupo de 12 países que possuem alguma ação de inserção da disciplina de Inteligência Artificial na Educação Básica. Em uma iniciativa pioneira, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) passa a ofertar a IA na Matriz Curricular do 9º ano do Ensino Fundamental e nas 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio em 2024. A iniciativa vai impactar 120 mil estudantes da Rede Pública Estadual.
Para fortalecer a preparação dos professores que irão ministrar as aulas de IA, a Seduc deu início, nessa segunda-feira (19), a uma formação voltada aos profissionais da educação pertencentes ao quadro de servidores. A aula inaugural ocorreu no Centro de Teresina e foi transmitida ao vivo pelo Canal Educação. A capacitação terá duração de oito semanas e terá uma carga horária de 60 horas/aula. Ao final, 800 Profissionais da Educação receberão um certificado emitido pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Durante a solenidade de abertura, o secretário de Educação, Washington Bandeira, citou uma pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o estudo, dos quase 40% dos empregos globais expostos à IA, metade vai se beneficiar com o uso da tecnologia e aumento da produtividade. Nesse sentido, o gestor destacou a importância de traçar diretrizes pedagógicas sobre a educação digital, capacitando os estudantes a usarem a tecnologia e refletirem sobre possíveis problemas.
“A Inteligência Artificial não é uma vilã. É uma ferramenta que fará parte do mundo profissional de diversas profissões. Vale ressaltar que dentro da matriz curricular teremos discussões sobre o uso ético da IA”, comentou.
Disciplina de IA nas escolas da Seduc, alinhando-se à base nacional comum curricular - computação (Brasil, 2022) nos eixos do pensamento computacional, mundo digital e cultura digital, o letramento em IA compreende três pilares fundamentais: o letramento em dados, o letramento em algoritmos e o letramento em modelos.
“Nesta capacitação, os professores vão aprender o que existe por trás de uma IA, desenvolver um pensamento crítico e ético em relação a ela, mas também como ela pode facilitar a nossa vida no dia a dia. O conhecimento é fundamental para fazer bom uso dessa ferramenta e evitar as armadilhas. A ideia é que os professores se sintam seguros e tenham todo o apoio possível para tratar sobre sobre IA em sala de aula”, disse o professor Cristiano Galafassi.
A professora Rosa Maria Vicari explicou que um sistema de lA é baseado em máquina que, para objetivos explícitos ou implícitos, infere, a partir da entrada que recebe, em como gerar previsões, conteúdos, recomendações ou decisões que influenciam ambientes físicos ou virtuais.
“A IA ganha autonomia à medida que é alimentada com dados. Assim, os algoritmos de um sistema IA vão tomar decisões com base em dados e serão capazes de se adaptar a diferentes realidades. Na educação, por exemplo, o uso dessa ferramenta é capaz de se adaptar ao estado cognitivo e ao estilo de aprendizagem de cada aluno”, esclareceu a professora.
A capacitação envolve momentos teóricos e momentos práticos com encontros presenciais e a distância (síncronos e assíncronos). O ambiente virtual utilizado será o ambiente próprio utilizado para a capacitação no Piauí (Canal Educação) e a plataforma Microsoft Teams. Durante o curso, os professores participarão de um processo avaliativo para a identificação de lacunas que poderão ser trabalhadas e reforçadas ao longo do ano letivo.
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