Conheci o Nego Bispo na década de 1990, sempre foi bom de debate. Ficava observando a forma didática e profunda dele falar, encontrava na ação dele coisas parecidas ao meu pai que também era agricultor, lavrador da terra, eu era puxador de boi.
Ele trazia a pluriversalidade quilombola, indígenas, sertão, semiárido, matas da caatinga, marmeleiro, grão-de-galo, mufumbo, mata-pasto para dentro de nós.
Nego Bispo nos reconectou com as nossas ancestralidades. A vó Joana dele era igual a minha vó Tarcila Rodrigues - do Casange, município de Simplício Mendes, que morava no Costa atualmente Paes Landim-PI - colocava um facão nos quartos e ia para roça.
Obrigado Nego Bispo pelos saberes compartilhados… Ficaremos com suas sábias palavras “Somos povos de trajetórias, não somos povos de teoria. Somos da circularidade: começo, meio e começo. As nossas vidas não têm fim. A geração avó é o começo, a geração mãe é o meio e a geração neta é o começo de novo.”
Nego Presente! Nego Bispo Vive!
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Jonas Moraes é professor da UFMA - nas redes sociais.
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