Se eu tenho sonhos? É claro que os tenho. Quem não sonha é um vivo-morto. Não tem serventia nenhuma. Não tenho mais é futuro. Eu quero mesmo é renascer todo dia no presente.
Futuro? Deixa isso com os jovens. Estes devem alicerçar a vida no presente para garantir um futuro promissor, mesmo sabendo que ele é obscuro. O futuro é uma tentação para os mais jovens, não para os velhos. O futuro inferniza os velhos. Porque sabem que a qualquer momento a ponte cai, as cordas se rompem, a barragem explode, o coração para. É por isso que eu não estou nem aí para o futuro.
É o presente que me interessa. É assim que quero viver a vida, olhando pouco para trás e sem especular o futuro. Trabalhar pouco e do meu jeito, fazendo meus horários, é assim que quero meu presente.
Hoje, mesmo, por exemplo, passei 50 minutos de uma aula, com adolescentes de 12 e 13 anos, falando sobre sonhos. Sonhos de adolescentes. Inevitável foi anotar no quadro um verso de Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Perfeito, não é mesmo? Chega de colocar Deus no condicional, “se Deus quiser...”. Nada disso. Deus quer. É assim que tudo valerá a pena. No final arrematei com outro verso do autor de Mensagem: “Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Os adolescentes são o futuro. E eu fico feliz por fazer parte do presente deles, refletindo questões básicas e vitais para eles.
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Lourival Lopes Silva, professor do IFPI - nas redes sociais.
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