Um grupo formado por gestores e técnicos da Embrapa Meio-Norte, Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) e Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi), reuniu-se na semana passada para traçar um plano resolutivo visando controlar o ataque de besouros em cajueiros em Pio IX, no Sul do estado.
De acordo com o pesquisador Paulo Henrique Soares, os besouros são insetos que se alimentam de matéria em decomposição, mas algum fator ecológico ocorreu e desencadeou um desequilíbrio no sistema do local. A provável causa desse desbalanceamento ambiental, segundo ele, foi o alongamento do período chuvoso no início deste ano, causando a multiplicação desses insetos nas culturas de caju. "A superpopulação não tem a quantidade necessária de alimento e ataca outras plantas", comenta.
O pesquisador explicou que esses besouros têm alta atração por luz.
As equipes da Sada e da Adapi observaram que a quantidade de besouros no local é preocupante, porém é mais preocupante ainda utilizar inseticida para fazer o controle desses besouros, pois essa região de Picos é uma grande produtora de mel, caracterizado como orgânico, que é exportado", acrescenta.
Ele alertou ainda que é perigoso aplicar inseticidas onde existem abelhas que se alimentam e coletam pólen e néctar das flores e frutos do cajueiro. Assim, o pesquisador explicou que, conversando com o pessoal da Adapi e da Sada, chegaram à conclusão de que a melhor forma de controlar o surto de besouros é por meio de armadilhas luminosas, armadilhas que os próprios produtores locais já estavam praticando, utilizando lâmpadas e baldes.
Anísio Lima, chefe-geral da Embrapa, que também participou da reunião, explicou que o encontro foi útil para a resolução desse conflito ecológico em Pio IX. O gestor afirmou que, com a intenção mútua em solucionar o caso da praga de besouros, perceberam que há a necessidade de “construirmos um ambiente integrado entre a pesquisa, a assistência técnica e a defesa da pecuária vegetal”.
O chefe-geral também comentou que a Embrapa está colaborando com soluções sustentáveis para este desafio em parceria direta com o secretário estadual Fábio Abreu e sua equipe, e que é de suma importância e urgente que seja encontrada uma solução que venha a trazer equilíbrio entre a cajucultura e a apicultura de forma sustentável.
A Agência de Defesa Agropecuária do estado publicou recentemente uma nota de esclarecimento sobre o caso e quais medidas estão sendo tomadas em parceria com as demais instituições.
Como resultado da reunião, foi formado um grupo emergencial de estudos para trabalhar o controle desses insetos. A previsão é que sejam compradas armadilhas luminosas para serem adaptadas e distribuídas na região.
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