O mês de setembro sempre é lembrado por campanhas, como: Combate à violência no trânsito e combate ao suicídio. Costumo dizer que. Nós que defendemos o SUS e o Controle Social, mas principalmente os Gestores têm muito a contribuir com essas campanhas.
O Brasil é o 3º país do mundo em mortes no trânsito, perdendo somente para a China e a Índia. No mundo morrem 3.500 por dia, o equivalente a 1,3 milhões por ano e 50 milhões de pessoas ficam lesionadas por ano por conta de acidentes de trânsito, constatando a maior causa de mortes no mundo entre crianças e jovens.
No Brasil entre 2010 e 2019 ocorreram cerca de 392 mil mortes em acidentes terrestres, incluindo: atropelamento, com bicicletas, motos, automóveis, caminhonetes, caminhões, ônibus, etc. Caracterizando, 86 mortes por dia, sendo 03 por hora. A média anual de mortes no trânsito no Brasil já chegou a 45 mil mortes por ano.
Essas mortes são evitáveis. Esse número cresceu entre 2010 e 2013, mesmo sendo alto, diminuiu bastante entre os anos de 2014 a 2020, mas voltou a crescer de 2021 para cá. Se já chegamos a 45 mil mortes por ano, hoje, esse número está na faixa de 31 mil mortes por ano, ainda está muito alto. Segundo a estatística o maior número de mortes acontecem por simples negligência, excesso de velocidade e embriaguez (53%).
O Brasil gasta por ano bilhões de reais (esses gastos, envolvem: tratamento pago pelo SUS, (pensão por mortes, benefícios por incapacidade e outros, pago pelo INSS). Segundo a OMS estes gastos no Brasil podem chegar a 3% do PIB e daria para construir 730 hospitais com 225 leitos cada e poderia aumentar em mais de 50% os gastos com educação.
Muitos fatores ocorrem para que se chegue a esse absurdo, inclusive a impunidade. Pesquisa realizada em São Paulo em 2017 diz que somente 1 pessoa é presa por morte no trânsito a cada 22 que praticaram o mesmo delito. O Piauí é o 3º. Estado do Brasil com maior número de mortes no trânsito, (9,3 mortes para cada 100 mil habitantes), Tocantins 11,8 e Mato Grosso 11,5% para cada 100 mil habitantes. Mesmo assim o número tem caído bastante. Em Teresina, por exemplo, o número de mortes no trânsito em 2023 caiu na faixa de 30%.
Nós do Controle Social no SUS, temos feito a nossa parte. Em 2017, precisamente no dia 16 de outubro em Teresina - PI, o Conselho Estadual de Saúde do Piauí, presidido por José Teófilo Cavalcante realizou um Seminário/Conferência Livre sobre violência no trânsito que envolveu: (conselheiros e conselheiras de saúde, deputados, vereadores, prefeitos, polícia militar do Piauí, movimentos sociais, entidades de classes e outros), com a contribuição da Conselheira Nacional de Saúde (Maria Laura Bica que tem muito contribuído com esta causa).
Naquela ocasião, eu e a Maria Laura visitamos o HUT, pois na época o Piauí era manchete nacional por ser o estado com maior número de mortes por acidentes de trânsito com motos (22 óbitos por 100 mil habitantes, no Brasil a média era 6), essa taxa baixou bastante durante esse tempo. Essa bandeira a gente levantou no Piauí e no Brasil.
A Câmara dos deputados por meio da Comissão de Viação e Transportes, vem discutindo o assunto e a gente sempre participou desse debate, como também o Conselho Nacional de Saúde. O Ministério da Saúde, sempre se preocupou com o assunto, mas no governo passado não discutiu, pois não era de interesse do mesmo.
Precisamos urgentemente, voltar a combater a Violência no Trânsito. A Gestão do SUS precisa voltar os olhos para este assunto e nós do Controle Social, cumprir o dever de casa.
PENSE NISSO!
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José Teófilo Cavalcante é Conselheiro Estadual de Saúde do Piauí e Diretor do SINTSPREVS-PI.
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