Fazia um tempinho que eu não visitava Vila Nova do Piauí, município que, praticamente, vi nascer. Desmembrado de Padre Marcos em 1995, a Vila nasceu sob o signo da poesia. A primeira vez que visitei a cidade (já não me lembro o ano), deparei-me com uma realidade insólita, para dizer o mínimo: ainda não existia uma igreja na cidade, mas já havia uma bela biblioteca, que homenageia um dos maiores poetas brasileiros: Patativa do Assaré. A iniciativa não poderia ser mais oportuna.
O que mais me impressionou: para uma população de menos de 3 mil habitantes, o acervo da biblioteca era de 9 mil volumes, ou seja, para cada vilalanovense, havia três livros disponíveis. Nenhuma cidade brasileira, até hoje, atingiu essa marca.
Na semana passada (dias 18/09), como participante do projeto de Formação Continuada da SEDUC, voltei a Vila para conversar com os professores do município acerca de questões gramaticais. Para mim, é sempre uma oportunidade de aprender mais do que ensinar. G. Rosa tinha razão: “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”. Voltei feliz.
No momento, Vila Nova prepara-se para uma grande festa: no próximo dia 28, vai comemorar os 22 anos de existência da biblioteca mais famosa do Piauí. A cidade apresenta poucas novidades, mas continua imbatível no quesito livros. Para uma população de 3.900 moradores, a biblioteca disponibiliza 13 mil livros. Um recorde no Brasil. Repito aqui o que disse aos volanovenses: uma cidade que nasceu em torno de uma biblioteca precisa dar certo para servir de bom exemplo. Assim seja!
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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
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