A primeira, a fragorosa eliminação da copa do mundo das meninas da seleção. Não jogaram bola como deviam, nervosas, ingênuas; Marta não foi a Marta que conhecíamos, a Jamaica sequer apresentou perigo de ataque, a Bia demorou a modificar o time. O resultado reforçará a horda calhorda de misoginia dos machos de plantão, sempre prontos a desqualificar a mulher, não importa em que circunstância;
A segunda, a sequência insana de descaso de machos (amigos, motorista de aplicativo, mais um homem, outro homem...) em relação à garota de Belo Horizonte, que culminou no estupro. A misoginia reduz a mulher a uma espécie de ecologia às avessas e cruel, como algo descartável e que pode facilmente ser reciclada por outra e mais outra...
A terceira, um alento. A decisão do STF que elimina a tese de legítima defesa da honra. Um resquício jurídico do Brasil moralmente carcomido em vista de avanços civilizatórios, mas que ainda existia. O diploma foi modificado, mas é preciso avançarmos mais diante da mentalidade machista e misógina que viceja entre nós, de forma estrutural.
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Feliciano Bezerra, professor doutor da UESPI - nas redes sociais.
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