O processo produtivo da opala obedece às diretrizes da sustentabilidade? No mês em que refletimos sobre conservação ambiental e preservação de recursos naturais, a professora Lilane de Araújo Mendes Brandão, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), trouxe à tona uma análise da viabilidade econômica, social e ambientaldo processo produtivo da opala no município de Pedro II. Com este levantamento a pesquisadora pretende fornecer subsídios para a melhoria contínua desse processo.
A opala é uma pedra preciosa apreciada por sua beleza e brilho único e o município de Pedro II, distante da capital cerca de 205 Km, é conhecido por abrigar jazidas consideráveis deste mineral. Nesse sentido, o processo produtivo desse mineral apresenta relevância nas esferas internacional, nacional e estadual e é ser visto como estratégia para promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental das localidades detentoras dessa atividade.
Em seu estudo, a Professora Lilane de Araújo, do curso de Matemática do campus Torquato Neto, aponta o impacto da extração, mineração, confecção das joias e a comercialização dos produtos, considerando um conjunto de fatores que contribuem para a sustentabilidade. Para isso, ela conduziu uma pesquisa detalhada que envolveu observações, revisão de estudos já realizados, estudos de caso, pesquisas teórico-práticas e metodologias para responder a questão central da pesquisa de Doutorado no Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista – UNIP.
“Ao longo da pesquisa foram observados diversos fatores relevantes, tais como, o crescimento comercial provocado pela extração da pedra, como essa prática obedece as culturas regionais, como se dá a participação da comunidade nesse processo e, ainda, como este comércio é visto pela sociedade. O objetivo era compreender como a extração da pedraimpacta na economia, no meio ambientais e, acima de tudo, na vida das pessoas”, explica a Professora.
Em sua tese, a Docente alerta para os prejuízos causados, muitas vezes, por práticas de atividades sem as devidas licenças ambientais e outras ações humanas que impactam no ecossistema como um todo. “Nesse contexto, surge a preocupação em avaliar a vida útil das minas, a origem das pedras, as condições de trabalhos, capacidades tecnológicas e habilidades do lapidário. Esses são fatores importantes para agregar valor às gemas e garantir a origem das pedras”.
No campo, a Professora pôde perceber que este processo acontece sem o monitoramento adequado dos agentes reguladores em relação aos índices de sustentabilidade e compensação financeira por extração deste minério. “A cadeia produtiva da opala apresenta potencialidades excepcionais em termos econômicos para a região de Pedro II, tais como, o fomento ao turismo ecológico, geração de emprego e renda para a comunidade e o surgimento de novos museus. Logo, é necessário que as riquezas produzidas sejam distribuídas de forma igualitária entre a comunidade”, comenta a professora.
“Receber essa distinção significa muito para mim. É um reconhecimento desta riqueza do nosso Estado, que será apresentada a nível estadual, nacional e internacional. Mais do que isso, mostra que a opala já ultrapassou as fronteiras e prova sua potencialidade”, afirmou ela.
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