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Redação

contato@acessepiaui.com.br

11/05/2023 - 10h00

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11/05/2023 - 10h00

João Gualberto Soares; imprescindível educador e militante popular

 

João Gualberto Soares

 João Gualberto Soares

OS QUE LUTAM

Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.

(Bertolt Brecht)

João Gualberto dos Santos Soares foi um militante e educador popular brilhante da redemocratização pós 1964. Seu despertar social e político para o mundo teve a influência da "Opção Preferencial Pelos Pobres", lema praticado pelos pregadores da Teologia da Libertação, corrente progressista da Igreja Católica, atuante nos anos 1970 e 1980. 

A  Ação Católica Operária e as Comunidades Eclesiais de Base foram deliciosas escolas para Gualberto. O método Ver, Julgar e Agir serviu de farol para sua trajetória de lutas e conquistas. 

As tarefas de reunir, refletir, organizar, planejar e atuar junto às oposições sindicais resultou no Novo Sindicalismo, que nasceu no ABC paulista. Este movimento ampliou a formação de Gualberto que,  nos anos 1980 e 1990, influenciou na reorganização em solo piauiense do movimento sindical e popular, atividades políticas, surgimento dos novos movimentos sociais e protagonismo de novas lideranças. 

Ao lado dos professores Antônio José Medeiros e Merlong Solano, criou o CEPAC (Centro Piauiense de Ação Cultural), uma das principais ONGs piauienses desse período histórico, que foi responsável por semear e fomentar a reorganização da sociedade civil pós 1964.   

Gualberto por mais de duas décadas assessorou sindicatos e ministrou cursos de formação. Ajudou escrever uma trajetória emancipatória de sindicatos de trabalhadores, como: Gráficos, Rodoviários, Comerciários, Vigilantes, Bancários, Professores, vários Sindicatos de Trabalhadores Rurais, etc. 

A criação no Piauí do PT, CUT, FAMCC, Escola Sindical Paulo de Tarso Morais, tiveram a sua significativa contribuição.

Adorava debates sobre conjuntura, gostava de ouvir, conversar, refletir e contribuir sobre rumos do sindicalismo, movimentos sociais, política, formação sindical, Partido dos Trabalhadores. 

Deixou exemplos de compaixão, simplicidade e de solidariedade a luta dos trabalhadores brasileiros. 

Em tempos de ameaças à democracia e de retirada de direitos, deixou como legado o trabalho de organização e formação de base como referência para novos sujeitos sociais que decidam se engajar, contribuir para fortalecer e ampliar lutas dos trabalhadores por igualdade social e direitos humanos.    

João Gualberto tinha guardado em sua casa o acervo de livros e documentos do Cepac. A memória dessa entidade mostra parte relevante da história da projeção de lideranças e intelectuais, como: Antonio José Medeiros, Wellington Dias, Regina Sousa, Ribamar Santos, Professora Bonfim, Maria Francisca, Paulo de Tarso, Dinha Rodrigues, Francisca Trindade, Merlong Solano, Marcelino Fonteles, Francisco Limma, Décio Solano, Evaldo Ciríaco, Efrem Ribeiro, Cantídio Filho, Manuel Veras, Francisco Williams,  Raimundo Júnior, Valéria Silva, José Pereira, Manuel Otávio, Edilson Farias, José Osmar, Ana Lúcia, Francisco Passos, Professor Pacheco, Benedito Carlos, Loisima Miranda, Raimundo Pereira, Herbert Buenos Aires, Lucineide Barros, Amália Rodrigues, Sérgio Miranda, Adail Ribeiro e muitos outros(as).   

Seu maior legado foi ter priorizado lutas e valores coletivos! 

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Cantídio Filho, jornalista e professor UFPI. 

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