Parabéns a Imperatriz Leopoldinense pela vitória, Lampião foi arrasadoramente campeão.
Minha escola, Mangueira, ficou em 5º lugar, com um belo desfile, trazendo o samba enredo sobre a construção das visões da África na Bahia por meio da musicalidade e instituições carnavalescas negras, do carnavalesco Guilherme Estevão, um dos poucos negros nesta função. É isso que quero destacar.
A cadeia de realização do carnaval brasileiro passa por um contingente muito representativo do povo negro, em quase todas as dimensões, categorias, alas, destaques, compositores, puxadores, em quase tudo que envolve a grande festa está lá o negro.
Quando chega o momento do julgamento do desfile, da escolha dos jurados, ainda que a LIESA diga que tudo é democrático, que o critério é meritocrático (mereceria uma pequena pausa analítica...), percebe-se a falta de representatividade negra no corpo do jurado.
Concordo com o antropólogo Roberto Damata quando diz que o carnaval é um ritual sem dono, mas é nítido o quanto os códigos dominantes permanecem no controle.
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Feliciano Bezerra é professor doutor da UESPI - nas redes sociais.
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