Naquela fase do yê yê yê, um dos cantores que eu gostava era o Jerry Adriani. Em 68 e 69, Jerry veio se apresentar em Teresina no Ginásio do SESC. Eu ainda era meninote com 14 anos de idade, estava começando a tocar violão e pensava: eu era quem deveria está nessa conjunto aí, acompanhando o Jerry.
              
O tempo foi passando, eu fui aprendendo outros gêneros musicais, aprendi a tocar melhor e com mais desenvoltura. E mesmo assim ainda gostava de ouvir as musicas do yê yê yê (aliás, ainda gosto muito), de intérpretes como, Roberto, Renato e seus blue caps, Jerry Adriani, Wanderléa...enfim, todos eles. Em 1995 fui passar uns dias no Rio de Janeiro e acabei ficando por lá. Tinha um Projeto Musical onde os participantes eram quase todos filhos de cantores e compositores famosos. Eu tocava com a Patrícia Mellodi e também com a Daniela Cola que é filha do compositor Carlos Cola, bastante conhecido por ter canções gravadas por Roberto Carlos, Alcione e muitos outros intérpretes. Em uma dessas noites do já referido Projeto, chega a Daniela Cola acompanhada por Jerry Adriani. Após horas de músicas e cantores, o Jerry resolveu dar uma canja e me pediu para acompnhá-lo ao violão. Pensei, rapaz vou já tocar uma canção daqueles tempos, porém o Jerry me pediu para tocar CARINHOSO de Pixinguinha e Braguinha, um clássico da Música Popular Brasileira, em uma levada mais rápida. E assim tocamos o CARINHOSO, mas, nada de yê yê yê. Mesmo assim foi realizada a vontade de tocar com o Jerry Adriani, como tinha imaginado em 1968. E, como dizia a canção gravada por o próprio Jerry: DEIXE O MUNDO GIRAR. E o mundo realmente gira e quando menos se espera as coisas acontecem.

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Geraldo Brito é músico, cantor e compositor - nas redes sociais.