Meus amigos, na época em que me apaixonei por Romy Schneider, eu ainda não conhecia os subterfúgios do amor. Eu olhava para ela e via apenas um rosto belíssimo, emoldurado por cabelos ora castanhos, ora dourados, da forma como eu imaginava uma mulher bonita.
A atriz austríaca, naturalizada francesa, para mim, nada mais era do que um rosto. Confesso que não fui atraído por sua cintura delgada e muito menos por suas pernas sempre bem cobertas. Ou quase sempre: no filme “A Piscina” (1969), a atriz mostra o corpo atraente em cena com seu ex marido Alain Delon.
Nem fui atraído por outras partes inalcançáveis do seu corpo, como inalcançável era aquela minha paixão, mas apenas pela delicadeza de seu rosto meigo.
A vida nos põe à prova e muitas vezes chega a ser cruel. Todos envelhecemos. Romy Schneider envelheceu. Até que fugiu dos meus pensamentos. Um dia, assustei-me quando soube que ela havia sido encontrada morta em seu apartamento, em Paris, em 1982, aos 43 anos, de infarto. Eu tinha 28 anos.
Quantos amores se perdem na imaginação de um homem... Muitos inalcançáveis; outros, tão próximos...
Alguns filmes com Romy Schneider:
Sissi, a Imperatriz (1955);
A lenda de Robinson Crusoé (1957);
O sol por testemunha (1960);
A piscina (1969);
O assassinato de Trotsky (1972);
O velho fuzil (1975).
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Eneas Barros, escritor piauiense - nas redes sociais.
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