Pelé e Garrincha formaram a maior dupla de ataque da seleção brasileira: juntos, nunca perderam um jogo. Em 1962, Pelé chegou ao Chile extenuado: machucou-se logo na primeira partida. Nuvens escuras pairaram sobre a seleção. Quem poderia substituir o “rei”? A responsabilidade recaiu sobre os ombros do jovem Amarildo, mais conhecido como o “Possesso”. O moço não decepcionou: entrou e, logo na primeira partida, marcou dois gols. Ainda assim, alguém precisaria assumir o protagonismo numa seleção “velha”.

Aconteceu o improvável: Garrincha, para quem o futebol não passava de uma brincadeira para fazer alguém de “João” (   bobo), imprevisível e “irresponsável”, decidiu que ganharia aquela copa para oferecer o “caneco” à sua “crioula”, a amante Elza Soares. E ganhou: fez gol até de cabeça.

Esta lembrança me ocorre no momento em que se discute quem será o substituto de Neymar, maliciosamente apelidado de “Saicedo”. A pergunta que me faço é outra: quem será o “Garrincha” na empreitada de assumir o protagonismo numa seleção recheada de “estrelas”. Vamos ver como se comportam os meninos ricos do Brasil. Por ora, vale a máxima de Vicente Matheus: “O jogo é jogado e só termina quando acaba”. Axé, Brasil!

Em tempo: que fique bem claro: nem de brincadeira eu compararia Neymar a Pelé.

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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.