O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, participará da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia, de 1º a 12 de novembro. No evento, o chefe do Executivo piauiense apresentará o Edital PRO Verde, um projeto que pretende plantar um milhão de novas árvores nos cinco principais biomas do Piauí: Cerrados, Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica.
A captação de recursos prevista para o projeto é de US$ 8 milhões, sendo US$ 8 por árvore, que serão aplicados na coleta de sementes nativas pelo povo nativo destas regiões, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a população. O início do plantio está previsto já para o primeiro trimestre de 2022.
“Vamos pagar para famílias de baixa renda fazerem a produção de mudas de plantas nativas de cada bioma e frutíferas, para agro florestas, gerando renda na produção e cultivo de árvores e ainda com perspectiva de renda e produção de frutas típicas destes biomas. O compromisso do Piauí é de produção de cinco milhões de novas árvores em cinco anos. Com o Consórcio Nordeste, por meio do MapaBiomas e Câmara Técnica dos nove estados, será um total de 45 milhões de novas árvores só no Nordeste”, afirmou Wellington Dias.
Segundo o gestor, serão chamados para participar deste esforço, contribuindo com U$ 8,00 por nova árvore, toda a sociedade, pessoas físicas, jurídicas, fundos e governos do Brasil e do mundo. O Fundo Estadual do Meio Ambiente, formado com receitas do Tesouro do Estado e captações/doações, garantirão as metas estabelecidas.
Na região Nordeste, o efeito maior das mudanças climáticas será por elevação da temperatura que já é muito elevada, por estar próxima à linha do equador. Mas regiões baixas do litoral podem sofrer com elevação das águas do mar, com derretimento maior das geleiras.
O Piauí possui cerca de 2/3 de área natural preservada. O estado se apresenta como alternativa que pode contribuir preservando o que tem de reservas nativas. Para que essa preservação continue sendo viável, Dias explica que o caminho é a tributação do CO2 e a oferta de uma contribuição para as empresas que preservam as reservas naturais e ainda realizam plantios em áreas queimadas ou desmatadas.
“O mundo, que hoje acha natural pagar por água e alimentos, vai ter que achar natural pagar por oxigênio, por captação de CO2. No Piauí, ainda temos cerca de 2/3 da nossa área territorial como reserva natural. Isto tem um preço e a pactuação é o Fundo Mundial, com a tributação de tudo que emite CO2, uma pequena contribuição tributária, e pagamento para quem decidir manter preservadas as reservas naturais e ainda plantio em áreas queimadas ou devastadas. E nós, com o PRO Verde Piauí, estamos dispostos a este caminho. Quem tem uma área pública ou privada, tem a opção de desmatar para gerar produção tradicional ou deverá pagar para preservar e ainda gerar riquezas e renda com responsabilidade ambiental: frutas, aves, apicultura, pescados etc. É a nova sustentabilidade ambiental e social do Piauí”, enfatizou o governador piauiense.
Com a elevação anual de níveis de aquecimento global por conta das mudanças climáticas, o Piauí, que já costuma passar por altas temperaturas, poderá sofrer um impacto cada vez maior. Fazer esse aquecimento diminuir é a meta do Acordo de Paris, firmado entre vários países, inclusive o Brasil, que prevê o compromisso de assegurar que, em relação aos níveis pré-industriais, o aquecimento global se limite a 2 ºC ou, preferencialmente, a 1,5 °C.
“Todos os estudos não contestados apontam que, no ritmo atual, é possível mais 5 graus de elevação bem ali em 2050, daqui a 29 anos. A ciência diz que é necessário reduzir para um máximo de 1,5 grau de aquecimento. Temos pouco tempo para garantir condições de vida no planeta, ou mais 5 graus de elevação média da temperatura e a vida humana já não resistirá. Para nós piauienses, o risco também é maior, se seguir aumentando a temperatura. Se já chegamos a 45 graus ou mais em alguns municípios, imagine com mais 5 graus. Assim, o nosso compromisso com o Acordo de Paris é proteção primeira para as pessoas”, frisou Wellington Dias.
Governadores de onze estados do Brasil irão participar da COP26 de 2021, dois de cada região do país, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que irá como coordenador do Consórcio Brasil Verde. Outros governadores irão participar de forma virtual de três eventos com movimentos sociais, entes subnacionais e apresentação do Compromisso dos Estados “Brasil Verde”.
O Consórcio Brasil Verde tem como coordenadores de cada bioma brasileiro: Caatinga – Wellington Dias (PI); Mata Atlântica – João Doria (SP); Pampa – Eduardo Leite (RS); Cerrado – Ronaldo Caiado (GO); Pantanal – Mauro Mendes (MT); e Amazônia – Helder Barbalho (PA).
A comitiva de governadores se dividiu em dois grupos: na primeira parte do evento, entre 30/10 e 05/11/21, participam os gestores do Espírito Santo, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Ceará e Rio Grande do Norte.
Na segunda comitiva, de 05/11 a 12/11, participarão os governadores de Santa Catarina, Piauí, Pernambuco, Pará e Minas Gerais.
Wellington Dias deve embarcar no próximo sábado (6) e fica até o dia 15.
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