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Redação

contato@acessepiaui.com.br

24/05/2019 - 08h49

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24/05/2019 - 08h49

Pesquisadora da UFPI desenvolve isotônico à base de cajuína

Isotônico é produzido numa empresa incubada na UFPI, a FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais e é comercializado inicialmente via site da empresa.

 Ufpi

Protótipo do isotônico desenvolvido para avaliação de mercado já com registro solicitado no INPI

 Protótipo do isotônico desenvolvido para avaliação de mercado já com registro solicitado no INPI

Atletas e praticantes de atividade física de alta intensidade costumam consumir bebidas isotônicas para repor os sais minerais eliminados durante os exercícios por meio da transpiração excessiva, sendo a hidratação, durante e após o exercício, recomendada até mesmo para atletas amadores. 

No Brasil, o consumo de bebida isotônica é de 0,5 litro por ano por habitante, mas chega a 15 litros por habitante por ano nos EUA, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR).

Uma pesquisa de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação RENORBIO - Universidade Federal do Piauí (UFPI), pode fazer chegar às mãos do consumidor um produto ainda mais saudável, o isotônico à base de cajuína, valorizando a bebida tradicional no Nordeste, consumida especialmente nos estados do Piauí, Ceará e Maranhão. 

O desenvolvimento da nova bebida esportiva vem ao encontro do que buscam muitos consumidores e da própria tendência atual do mercado, de oferecer produtos com menos ingredientes artificiais. É o que explica a Profa. Dra. Luanne Morais Vieira Galvão, que defendeu sua tese de doutorado em abril de 2019 no RENORBIO-UFPI, sob a orientação do Prof. Dr. Lívio César Cunha Nunes.

“Diferente da maioria das bebidas esportivas no mercado, o isotônico à base de cajuína não tem corantes, saborizantes e nem aromatizantes artificiais. A cor, sabor e aroma da bebida são características fornecidas pela própria cajuína. Além disso, a correção nas quantidades de sais e carboidratos para valores determinados pela ANVISA é minima, tendo em vista que a própria cajuina já é fonte de uma quantidade significativa desses compostos", detalha a pesquisadora, que é filha de produtor de cajuína, sendo também esse um dos motivos pela escolha da bebida como seu objeto de pesquisa. “Eu vejo meu pai preparar o bebida desde que eu era pequena. A ideia inicial era desenvolver uma pesquisa que auxiliasse pequenos produtores como ele a padronizar a produção, mas, no decorrer no doutorado, surgiu a ideia de desenvolver um produto inovador”, recorda.

Como foram os testes

Para chegar à versão final do isotônico, foram testadas 9 formulações, variando as concentrações dos constituintes, para chegar ao melhor sabor e que atendesse ao que a legislação estabelece para produção de bebidas eletrolíticas, quanto à quantidade de sódio, potássio, carboidrato, entre outros. Por fim, foi analisada a estabilidade da bebida, que não necessita de refrigeração durante o transporte ou armazenamento, e apresenta prazo de validade de 180 dias. A bebida é contraindicada para diabéticos pela quantidade considerável de carboidratos (açúcar), de 5,2 gramas por 100 ml de isotônico à base de cajuína.

“Após chegarmos à formulação ao produto, estudamos por 180 dias e realizamos análises laboratoriais (que avalia os parâmetros físico-químicos); microbiológicas (que avalia a contaminação microbiológica); e sensorial, em que mais de 280 degustadores voluntários apreciaram e opinaram sobre a cor, o sabor e o aroma, além de apontar a intenção de compra. Cor e aroma foram os parâmetros dos quais os provadores mais gostaram. Disseram também que, no geral, comprariam o isotônico de cajuína”, afirmou a pesquisadora Luanne Morais.

Os testes do novo produto foram realizados no Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em produtos farmacêuticos e correlatos (LITE/UFPI) bem como no Laboratório de Alimentos do Instituto Federal do Piauí (IFPI), onde a pesquisadora é docente de cursos ligados à área de tecnologia de alimentos.

Para o desenvolvimento do produto, além da UFPI e do IFPI - onde a pesquisadora fez boa parte das análises - o trabalho contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí ( Fapepi ) e da empresa FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais.

A vice-reitora da UFPI, Profa. Dra. Nadir Nogueira, participou da banca julgadora da tese e avaliou o impacto do trabalho. “A pesquisa está em consonância com a política que se estabelece nos programas de pós-graduação que é de respeitar a inserção regional, e, nesse sentido, o trabalho resgata e valoriza a cadeia produtiva do caju/cajuína,  produto genuinamente piauiense, agregando a isso um segmento importante que são os atletas e uma importante atividade que é o consumo de isotônicos que geram milhões nos mercado.”

O isotônico à base de cajuína está sendo produzido por uma empresa incubada na UFPI, a FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais e é comercializado inicialmente via site da empresa. Para o isotônico ser produzido em larga escala e chegar a grandes pontos de venda, os pesquisadores proprietários da startup envolvida e a própria pesquisadora esperam despertar o interesse do empresariado para a realização da transferência de tecnologia.

O parceiro negocia os termos para exploração comercial da patente e paga os royalties  à Universidade, que divide em partes iguais entre os pesquisadores; o departamento que desenvolveu o produto; e a própria instituição, para investimentos.

“A mensagem mais importante que quero deixar aqui é comunicar aos alunos a importância e a possibilidade aberta de empreender a partir do resultado do conhecimento gerado nas pesquisas. É possível, sim, você pegar seu TCC, sua dissertação de mestrado, sua tese de doutorado e transformar em uma fonte de renda, transformar em um produto que você pode levar ao mercado fazendo com que esses profissionais deixem de buscar ocupar vagas no mercado e passem a criar vagas”, diz o prof. Lívio Nunes orientador do projeto e sócio da star up FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais.

O novo produto está em processo de reconhecimento e já teve o pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

UFPI 

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