Atletas e praticantes de atividade física de alta intensidade costumam consumir bebidas isotônicas para repor os sais minerais eliminados durante os exercícios por meio da transpiração excessiva, sendo a hidratação, durante e após o exercício, recomendada até mesmo para atletas amadores.
No Brasil, o consumo de bebida isotônica é de 0,5 litro por ano por habitante, mas chega a 15 litros por habitante por ano nos EUA, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR).
Uma pesquisa de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação RENORBIO - Universidade Federal do Piauí (UFPI), pode fazer chegar às mãos do consumidor um produto ainda mais saudável, o isotônico à base de cajuína, valorizando a bebida tradicional no Nordeste, consumida especialmente nos estados do Piauí, Ceará e Maranhão.
O desenvolvimento da nova bebida esportiva vem ao encontro do que buscam muitos consumidores e da própria tendência atual do mercado, de oferecer produtos com menos ingredientes artificiais. É o que explica a Profa. Dra. Luanne Morais Vieira Galvão, que defendeu sua tese de doutorado em abril de 2019 no RENORBIO-UFPI, sob a orientação do Prof. Dr. Lívio César Cunha Nunes.
“Diferente da maioria das bebidas esportivas no mercado, o isotônico à base de cajuína não tem corantes, saborizantes e nem aromatizantes artificiais. A cor, sabor e aroma da bebida são características fornecidas pela própria cajuína. Além disso, a correção nas quantidades de sais e carboidratos para valores determinados pela ANVISA é minima, tendo em vista que a própria cajuina já é fonte de uma quantidade significativa desses compostos", detalha a pesquisadora, que é filha de produtor de cajuína, sendo também esse um dos motivos pela escolha da bebida como seu objeto de pesquisa. “Eu vejo meu pai preparar o bebida desde que eu era pequena. A ideia inicial era desenvolver uma pesquisa que auxiliasse pequenos produtores como ele a padronizar a produção, mas, no decorrer no doutorado, surgiu a ideia de desenvolver um produto inovador”, recorda.
Como foram os testes
Para chegar à versão final do isotônico, foram testadas 9 formulações, variando as concentrações dos constituintes, para chegar ao melhor sabor e que atendesse ao que a legislação estabelece para produção de bebidas eletrolíticas, quanto à quantidade de sódio, potássio, carboidrato, entre outros. Por fim, foi analisada a estabilidade da bebida, que não necessita de refrigeração durante o transporte ou armazenamento, e apresenta prazo de validade de 180 dias. A bebida é contraindicada para diabéticos pela quantidade considerável de carboidratos (açúcar), de 5,2 gramas por 100 ml de isotônico à base de cajuína.
“Após chegarmos à formulação ao produto, estudamos por 180 dias e realizamos análises laboratoriais (que avalia os parâmetros físico-químicos); microbiológicas (que avalia a contaminação microbiológica); e sensorial, em que mais de 280 degustadores voluntários apreciaram e opinaram sobre a cor, o sabor e o aroma, além de apontar a intenção de compra. Cor e aroma foram os parâmetros dos quais os provadores mais gostaram. Disseram também que, no geral, comprariam o isotônico de cajuína”, afirmou a pesquisadora Luanne Morais.
Os testes do novo produto foram realizados no Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em produtos farmacêuticos e correlatos (LITE/UFPI) bem como no Laboratório de Alimentos do Instituto Federal do Piauí (IFPI), onde a pesquisadora é docente de cursos ligados à área de tecnologia de alimentos.
Para o desenvolvimento do produto, além da UFPI e do IFPI - onde a pesquisadora fez boa parte das análises - o trabalho contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí ( Fapepi ) e da empresa FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais.
A vice-reitora da UFPI, Profa. Dra. Nadir Nogueira, participou da banca julgadora da tese e avaliou o impacto do trabalho. “A pesquisa está em consonância com a política que se estabelece nos programas de pós-graduação que é de respeitar a inserção regional, e, nesse sentido, o trabalho resgata e valoriza a cadeia produtiva do caju/cajuína, produto genuinamente piauiense, agregando a isso um segmento importante que são os atletas e uma importante atividade que é o consumo de isotônicos que geram milhões nos mercado.”
O isotônico à base de cajuína está sendo produzido por uma empresa incubada na UFPI, a FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais e é comercializado inicialmente via site da empresa. Para o isotônico ser produzido em larga escala e chegar a grandes pontos de venda, os pesquisadores proprietários da startup envolvida e a própria pesquisadora esperam despertar o interesse do empresariado para a realização da transferência de tecnologia.
O parceiro negocia os termos para exploração comercial da patente e paga os royalties à Universidade, que divide em partes iguais entre os pesquisadores; o departamento que desenvolveu o produto; e a própria instituição, para investimentos.
“A mensagem mais importante que quero deixar aqui é comunicar aos alunos a importância e a possibilidade aberta de empreender a partir do resultado do conhecimento gerado nas pesquisas. É possível, sim, você pegar seu TCC, sua dissertação de mestrado, sua tese de doutorado e transformar em uma fonte de renda, transformar em um produto que você pode levar ao mercado fazendo com que esses profissionais deixem de buscar ocupar vagas no mercado e passem a criar vagas”, diz o prof. Lívio Nunes orientador do projeto e sócio da star up FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais.
O novo produto está em processo de reconhecimento e já teve o pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
UFPI
No Brasil, o consumo de bebida isotônica é de 0,5 litro por ano por habitante, mas chega a 15 litros por habitante por ano nos EUA, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR).
Uma pesquisa de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação RENORBIO - Universidade Federal do Piauí (UFPI), pode fazer chegar às mãos do consumidor um produto ainda mais saudável, o isotônico à base de cajuína, valorizando a bebida tradicional no Nordeste, consumida especialmente nos estados do Piauí, Ceará e Maranhão.
O desenvolvimento da nova bebida esportiva vem ao encontro do que buscam muitos consumidores e da própria tendência atual do mercado, de oferecer produtos com menos ingredientes artificiais. É o que explica a Profa. Dra. Luanne Morais Vieira Galvão, que defendeu sua tese de doutorado em abril de 2019 no RENORBIO-UFPI, sob a orientação do Prof. Dr. Lívio César Cunha Nunes.
“Diferente da maioria das bebidas esportivas no mercado, o isotônico à base de cajuína não tem corantes, saborizantes e nem aromatizantes artificiais. A cor, sabor e aroma da bebida são características fornecidas pela própria cajuína. Além disso, a correção nas quantidades de sais e carboidratos para valores determinados pela ANVISA é minima, tendo em vista que a própria cajuina já é fonte de uma quantidade significativa desses compostos", detalha a pesquisadora, que é filha de produtor de cajuína, sendo também esse um dos motivos pela escolha da bebida como seu objeto de pesquisa. “Eu vejo meu pai preparar o bebida desde que eu era pequena. A ideia inicial era desenvolver uma pesquisa que auxiliasse pequenos produtores como ele a padronizar a produção, mas, no decorrer no doutorado, surgiu a ideia de desenvolver um produto inovador”, recorda.
Como foram os testes
Para chegar à versão final do isotônico, foram testadas 9 formulações, variando as concentrações dos constituintes, para chegar ao melhor sabor e que atendesse ao que a legislação estabelece para produção de bebidas eletrolíticas, quanto à quantidade de sódio, potássio, carboidrato, entre outros. Por fim, foi analisada a estabilidade da bebida, que não necessita de refrigeração durante o transporte ou armazenamento, e apresenta prazo de validade de 180 dias. A bebida é contraindicada para diabéticos pela quantidade considerável de carboidratos (açúcar), de 5,2 gramas por 100 ml de isotônico à base de cajuína.
“Após chegarmos à formulação ao produto, estudamos por 180 dias e realizamos análises laboratoriais (que avalia os parâmetros físico-químicos); microbiológicas (que avalia a contaminação microbiológica); e sensorial, em que mais de 280 degustadores voluntários apreciaram e opinaram sobre a cor, o sabor e o aroma, além de apontar a intenção de compra. Cor e aroma foram os parâmetros dos quais os provadores mais gostaram. Disseram também que, no geral, comprariam o isotônico de cajuína”, afirmou a pesquisadora Luanne Morais.
Os testes do novo produto foram realizados no Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em produtos farmacêuticos e correlatos (LITE/UFPI) bem como no Laboratório de Alimentos do Instituto Federal do Piauí (IFPI), onde a pesquisadora é docente de cursos ligados à área de tecnologia de alimentos.
Para o desenvolvimento do produto, além da UFPI e do IFPI - onde a pesquisadora fez boa parte das análises - o trabalho contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí ( Fapepi ) e da empresa FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais.
A vice-reitora da UFPI, Profa. Dra. Nadir Nogueira, participou da banca julgadora da tese e avaliou o impacto do trabalho. “A pesquisa está em consonância com a política que se estabelece nos programas de pós-graduação que é de respeitar a inserção regional, e, nesse sentido, o trabalho resgata e valoriza a cadeia produtiva do caju/cajuína, produto genuinamente piauiense, agregando a isso um segmento importante que são os atletas e uma importante atividade que é o consumo de isotônicos que geram milhões nos mercado.”
O isotônico à base de cajuína está sendo produzido por uma empresa incubada na UFPI, a FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais e é comercializado inicialmente via site da empresa. Para o isotônico ser produzido em larga escala e chegar a grandes pontos de venda, os pesquisadores proprietários da startup envolvida e a própria pesquisadora esperam despertar o interesse do empresariado para a realização da transferência de tecnologia.
O parceiro negocia os termos para exploração comercial da patente e paga os royalties à Universidade, que divide em partes iguais entre os pesquisadores; o departamento que desenvolveu o produto; e a própria instituição, para investimentos.
“A mensagem mais importante que quero deixar aqui é comunicar aos alunos a importância e a possibilidade aberta de empreender a partir do resultado do conhecimento gerado nas pesquisas. É possível, sim, você pegar seu TCC, sua dissertação de mestrado, sua tese de doutorado e transformar em uma fonte de renda, transformar em um produto que você pode levar ao mercado fazendo com que esses profissionais deixem de buscar ocupar vagas no mercado e passem a criar vagas”, diz o prof. Lívio Nunes orientador do projeto e sócio da star up FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais.
O novo produto está em processo de reconhecimento e já teve o pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
UFPI
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