Nosso consumo per capita, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café, é de 81 litros anuais – estatística que cresce ano após ano. Porém, entre sabores e aromas, há quem relate uma visita incômoda após o café: a azia.
O indivíduo que associa esse desconforto ao consumo da bebida não está errado: ele pode, sim, irritar a mucosa, levando ao ardor provocado pela ação do ácido gástrico fora do ambiente estomacal.
Mas é possível evitar esse desconforto com três medidas simples: escolhendo o horário correto para tomar, o acompanhamento e a quantidade da bebida.
“O café estimula a produção de ácido clorídrico no estômago, irritando o órgão e causando dor, desconforto e até mesmo azia”, diz Paula Berardi Yousef, nutricionista da Clínica de Medicina e Estética Bioderma, especialista em nutrição funcional do esporte e professora de Nutrição da Universidade Positivo (UP).
O incômodo, segundo ela, é principalmente percebido por quem sofre de gastrite, uma condição caracterizada pela presença de lesões superficiais na mucosa do estômago.
Se tomado em jejum, o café pode piorar a queimação.
“Por isso, o café é contraindicado para esses indivíduos e deixar de consumi-lo é uma boa medida para recuperar o estômago do mal-estar, especialmente se houver recomendação médica pelo diagnóstico de problemas como esofagite, gastrite, úlcera gástrica, refluxo e azia”, diz ela.
Quem sofre com o problema e quer proteger o estômago da irritação pode optar pela versão com leite."
"Associado ao café, o leite protege o estômago quando a pessoa já tem gastrite ou pode preveni-la nos casos em que é alto o consumo de café ao longo do dia.
Além disso, o café com leite garante um melhor funcionamento do organismo. O leite, sempre com preferência pelo desnatado, fornece proteínas e cálcio, importante na constituição óssea e muscular do corpo”, explica Paula.
Quantidade certa
Outro ponto que deve ser observado é a quantidade consumida. Para quem já apresenta alguma disfunção gástrica, quanto menos, melhor.
Mas, de modo geral, uma quantidade “segura” para que o café seja considerado uma bebida inofensiva é de até quatro xícaras por dia, segundo a nutricionista.
Nessa quantidade, o café protege o coração de doenças cardiovasculares. A bebida contém polifenóis, que são antioxidantes naturais que evitam a ação dos radicais livres. Também estimula a frequência cardíaca ao mesmo tempo em que causa dilatação dos brônquios, facilitando a respiração”.
O café em excesso também pode provocar o efeito rebote no emagrecimento, pois aumenta os níveis do hormônio do estresse, o cortisol, ligado ao ganho de peso.
Benefícios
O café na medida certa, porém, auxilia na perda de peso porque estimula a lipólise (quebra de gordura). Isso faz com que o tecido gorduroso fique disponível para que o corpo o utilize como fonte de energia, de modo a eliminá-lo. Por ser um termogênico, o café aumenta a performance no exercício físico, sendo benéfico para indivíduos em atividades aeróbicas e, principalmente, de esforço.
Hora certa para tomar
Por incrível que pareça, há uma hora certa para tomar café. O corpo funciona a partir de um ciclo hormonal de 24 horas. Entre as substâncias desse ciclo está o cortisol, produzido em maiores escalas entre 8h e 9h, 12h e 13h, 17h30 e 18h30.
Quando se toma café exatamente nos períodos em que o cortisol está sendo produzido em alta escala, o efeito da cafeína é menor.
Sendo assim, os melhores horários para beber uma xícara de café são das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h.
“Nesses intervalos, os níveis de cortisol estão baixos e a cafeína pode fazer seu trabalho sem obstáculos”, diz Paula Yousef.
*Com informações do Gazeta do Povo
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