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Redação

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18/09/2018 - 09h15

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18/09/2018 - 09h15

Eleição presidencial 2018 vai repetir o que acontece desde 1989: PT X anti-PT

Em 1989, o anti-PT era Collor, candidato do establishment midiático-financeiro, que ganhou de Lula por pequena diferença no 2º turno.

 

Em 1989 o 2º turno foi disputado entre Lula (PT) e Collor (PRN)

 Em 1989 o 2º turno foi disputado entre Lula (PT) e Collor (PRN)

Depois que a campanha começou para valer, a julgar pela tendência mostrada em todas as últimas pesquisas, do Ibope ao Datafolha, do Vox Populi/CUT às do “mercado”, até chegar à mais recente, da CNT/MDA, divulgada nessa segunda-feira, 17/09, a batalha final desta eleição vai repetir uma disputa que acontece desde a primeira eleição direta pós-ditadura: PT X anti-PT.

O último levantamento mostrou que Jair Bolsonaro está com 28,1%, praticamente garantido no segundo turno como o candidato do anti-petismo.

Em segundo lugar, já aparece o petista Fernando Haddad, com 17,6%, abrindo larga vantagem sobre Ciro Gomes, que tem 10,8%.

Marina, Alckmin e os demais sumiram na poeira da irrelevância eleitoral.

Em 1989, o anti-PT era Fernando Collor, candidato do establishment midiático-financeiro, que ganhou de Lula por pequena diferença no segundo turno.

Em 1994 e 1998, o anti-PT das mesmas forças político-empresariais foi o tucano Fernando Henrique Cardoso, que derrotou Lula por duas vezes no primeiro turno.

Em 2002, José Serra encarnou o papel de anti-PT e levou uma lavada no segundo turno, na primeira vitória de Lula.

Em 2006, a tarefa coube a Geraldo Alckmin, igualmente derrotado por Lula, quando o tucano teve menos votos no segundo turno do que no primeiro.

Em 2010, foi a vez de Dilma derrotar o anti-petismo, representado novamente por José Serra.

Em 2014, Dilma ganhou de outro tucano, Aécio Neves, que não se conformou com o resultado, e logo começou a tramar com o então PMDB o golpe consumado em 2016.

Agora, em 2018, após quatro derrotas seguidas do PSDB para o PT, quem tomou a bandeira do anti-petismo militante foi o capitão Jair Bolsonaro.

Candidato pela segunda vez, o tucano Geraldo Alckmin, apoiado pela base aliada do governo Temer, está empacado com um dígito em todas as pesquisas, mesmo tendo o maior tempo de TV, conquistado depois de negociar a aquisição do Centrão.

Alckmin agora quer ser o candidato do “voto útil” para impedir a volta do PT ao poder, mas está vendo seus apoiadores do nordeste migrando para Haddad e, os da direita mercadista, se encantando com Bolsonaro, os dois candidatos com mais chance de ganhar.

A política é cruel: vale tudo, menos perder votos para apoiar alguém que não demonstra condições de reagir. Alckmin vai acabar virando o candidato do “voto inútil”.

Em apenas uma semana de campanha, Haddad já atropelou Alckmin, Marina e Ciro, pela ordem, disparando no segundo lugar, e podendo até ultrapassar Bolsonaro nos vinte dias que restam de campanha.

Partido preferido de 25% dos brasileiros, a léguas de distância dos demais, segundo o Datafolha, o PT é acusado por seus adversários de ter virado uma seita do “lulo-petismo”, enquanto crescia uma outra seita, a do “anti-lulo-petismo”, hoje liderada por Jair Bolsonaro, e não mais pelos tucanos.

Tudo indica que as duas seitas vão se encontrar mais uma vez no segundo turno.

Desse jeito, vai dar de novo PT X anti-PT, como se repete em todas as eleições presidenciais desde 1989.

Assim é, não porque eu gostaria que assim fosse, mas porque os resultados das eleições passadas e os números de todas as pesquisas atuais, a apenas 20 dias da eleição, assim o demonstram.

Pode-se ou não gostar dos fatos passados e dos números das novas pesquisas, mas brigar com eles não muda o resultado.

É o que temos para o momento.

Vida que segue.

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Ricardo Kotscho é jornalista, no blog Balaio do Kotscho. 

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