Uma reportagem da Folha de São Paulo, publicada neste domingo (21), mostra que investigação encomendada pela Caixa a escritórios externos indica que o presidente do banco, Gilberto Occhi, usava o cargo para atender interesses de políticos de seu partido, o PP, e de outras sigla.
Os próprios dirigentes recém-afastados da instituição relataram, em seus depoimentos, interferências do executivo na gestão, com o propósito de favorecer integrantes de sua legenda, e alegavam que era necessário "tomar cuidado" com ele.
O então vice Corporativo, Antônio Carlos Ferreira, um dos quatro afastados, relatou que Occhi pediu em 2017 que ele recebesse o deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) para tratar de operação da rede de supermercados mineira Epa. A empresa pleiteava empréstimo da Caixa. À Folha Pinheiro afirmou que conseguiu ser recebido no banco e, depois do encontro, o dinheiro saiu.
Ferreira disse que o presidente da Caixa tem relação estreita com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB). "Occhi possui uma atuação nefrálgica com os deputados do PP, e os vices precisam tomar cuidado com isso", declarou.
Deusdina dos Reis Pereira, que chefiava a área de Fundos de Governo e Loterias, reclamou que Occhi foi ao ex-presidente do PR Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, pedir a vaga dela para dar a um indicado seu.
O presidente da Caixa também teria negociado com Valdemar e com o atual ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa (PR-AL), a indicação do então superintendente na Caixa Giovanni Alves para a Vice-Presidência Corporativa. O servidor, no entanto, foi afastado da função após surgirem suspeitas de envolvimento em corrupção e de vazamento de informações sigilosas. Ele nega.
Alves trabalhava no banco como subordinado do ex-ministro e ex-vice presidente de Pessoa Jurídica Geddel Vieira Lima (MDB-BA), atualmente preso. No computador dele, foi encontrada planilha que vinculava transações do banco a padrinhos políticos.
A apuração independente foi encomendada pela Caixa ao escritório de advocacia Pinheiro Neto, com auxílio da empresa de investigação privada Kroll e da auditoria PwC, após a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobrirem esquemas de cobrança de propina.
OUTRO LADO
Procurado, Occhi informou que não se manifestaria. O deputado Toninho Pinheiro disse que o valor obtido foi menor que o pleiteado e que não houve nada de irregular. O Epa negou ter acionado o congressista. Valdemar Costa Neto não comentou. (Folha de S.Paulo – Julio Wisiacki e Fábio Fabrini)
Os próprios dirigentes recém-afastados da instituição relataram, em seus depoimentos, interferências do executivo na gestão, com o propósito de favorecer integrantes de sua legenda, e alegavam que era necessário "tomar cuidado" com ele.
O então vice Corporativo, Antônio Carlos Ferreira, um dos quatro afastados, relatou que Occhi pediu em 2017 que ele recebesse o deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) para tratar de operação da rede de supermercados mineira Epa. A empresa pleiteava empréstimo da Caixa. À Folha Pinheiro afirmou que conseguiu ser recebido no banco e, depois do encontro, o dinheiro saiu.
Ferreira disse que o presidente da Caixa tem relação estreita com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB). "Occhi possui uma atuação nefrálgica com os deputados do PP, e os vices precisam tomar cuidado com isso", declarou.
Deusdina dos Reis Pereira, que chefiava a área de Fundos de Governo e Loterias, reclamou que Occhi foi ao ex-presidente do PR Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, pedir a vaga dela para dar a um indicado seu.
O presidente da Caixa também teria negociado com Valdemar e com o atual ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa (PR-AL), a indicação do então superintendente na Caixa Giovanni Alves para a Vice-Presidência Corporativa. O servidor, no entanto, foi afastado da função após surgirem suspeitas de envolvimento em corrupção e de vazamento de informações sigilosas. Ele nega.
Alves trabalhava no banco como subordinado do ex-ministro e ex-vice presidente de Pessoa Jurídica Geddel Vieira Lima (MDB-BA), atualmente preso. No computador dele, foi encontrada planilha que vinculava transações do banco a padrinhos políticos.
A apuração independente foi encomendada pela Caixa ao escritório de advocacia Pinheiro Neto, com auxílio da empresa de investigação privada Kroll e da auditoria PwC, após a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobrirem esquemas de cobrança de propina.
OUTRO LADO
Procurado, Occhi informou que não se manifestaria. O deputado Toninho Pinheiro disse que o valor obtido foi menor que o pleiteado e que não houve nada de irregular. O Epa negou ter acionado o congressista. Valdemar Costa Neto não comentou. (Folha de S.Paulo – Julio Wisiacki e Fábio Fabrini)
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